| Resumo - "Embora as notícias sobre ciência estejam frequentemente afastadas das notícias da actualidade, isso pode ter o seu charme (...) As descobertas acerca da história e do comportamento da Terra proporcionam a muitas pessoas um escape mental à dieta diária das notícias sobre política, desastres ou crimes" (PETIT in BLUM & KNUDSON, 1997, p. 187).
O presente trabalho visa caracterizar dois mundos como processadores de informação: a Ciência e o Jornalismo. A essência da Ciência são os valores de máxima frequência numa curva de Gauss. No Jornalismo, são os valores extremos, as excepções às regras, o imprevisível e o insólito. Para o Jornalismo, informar é surpreender. Para a Ciência, informar é prever. A Ciência está amarrada à Lógica, e o Jornalismo não pode viver com ela.
Estes dois mundos encontram-se na busca de interpretação da realidade e na difusão dessa interpretação. Encontram-se, por exemplo, na compreensão de acontecimentos como os que regem o funcionamento do planeta que habitamos - a Terra.
Este trabalho procura analisar os produtos de interpretação desses fenómenos por parte dos media, confrontando-os com as perspectivas inerentes à Geologia, a ciência que estuda a Terra. Para tal, analisou-se a produção jornalística de um jornal de referência português (o "Público"), durante o período de um mês (Janeiro de 1998), e determinou-se as variáveis que regem essa produção através da análise dos seus conteúdos, assim como o seu grau de distanciamento em relação ao mundo da informação geológica.
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