As características morfológicas dos seres vivos resultam de adaptações dos seus organismos às condições físico-químicas dos ambientes em que vivem, ou explicam-se pela sua função (protecção contra predadores, defesa contra factores físicos ou químicos desfavoráveis, promover/facilitar a reprodução, etc).
Relativamente às carapacas dos foraminíferos passa-se o mesmo. As formas planctónicas desenvolvem carapaças com câmaras globosas pois estas facilitam a flutuação. No caso dos bentónicos, se o substracto for arenoso e houver um forte acarreio de partículas detríticas, então, predominam carapaças de tipo aglutinado, isto é, construídas pela aglutinação através de um cimento orgânico de partículas que constituem o substracto.
Por vezes, variações na intensidade da ornamentação (nódulos, espinhas, costilhas, rugosidades, etc.) e porosidade das conchas parecem justificar-se com variações de salinidade, temperatura e profundidade dos ambientes.
Modificações do sentido de enrolamento das carapaças, de certas espécies planctónicas, correlacionam-se com mudanças da temperatura das àguas do mar (periodos mais quentes/periodos mais frios).
Podem encontrar-se ainda, mais raramente, formas anormais ou aberrantes, de certas espécies, que se explicam pela ocorrência de condições ambientais muito desfavoráveis ("stress" ambiental).
Paulo Legoinha pal@mail.fct.unl.pt