Muito sinteticamente (porque há capítulos inteiros de livros sobre isso...):
1. A erosão regressiva actua a montante, no sentido de recuar as zonas de cabeceira. Mas o próprio leito vai sendo escavado, "verticalmente", se não em todo o troço do rio, pelo menos nas áreas de cabeceira e intermédias (as áreas a jusante são essencialmente de sedimentação).
2. A procura do perfil de equilíbrio faz-se exactamente por essa via: aprofundamento em grande parte do leito, sendo esse aprofundamento maior a montante e menor a jusante. Por isso o declive geral do rio diminui (basta fazer um esquema: traçar o perfil de um rio e "escavá-lo" mais a montante que a jusante, progressivamente, e ver o que acontece no desenho).
3. A dimensão dos clastos depositados (que são exactamente e LaPalissemente aqueles que o rio já não consegue transportar mais...) é função da competência do rio, o que não depende estritamente da velocidade. O que se passa é que ao longo do rio o declive diminui (embora o caudal aumente...) e por isso a capacidade de transporte também diminui.
Espero ter dado algumas achegas gerais e básicas, suficientes para poder raciocinar no assunto. Detalhes mais específicos poderão ser encontrados em livros da especialidade.
Nuno Pimentel
GeoFCUL - Dep. Geologia da Fac. Ciências, Univ. Lisboa
CeGUL - Centro de Geologia da Universidade de Lisboa
pimentel@fc.ul.pt